Audiobook? Sim, e foi uma surpresa boa!
Antes de falar da história em si, queria compartilhar uma coisa com você: essa foi minha primeira experiência real com um audiobook. E olha… me surpreendeu.
Se você também tem curiosidade, mas ainda não se jogou nesse mundo, talvez não saiba que a plataforma Skeelo está disponível gratuitamente para muita gente, inclusive como benefício de planos de celular, banco ou outros serviços. Vale conferir.
Eu ouvi A Revolução dos Bichos por lá, e o que mais me encantou foi que cada personagem tem uma voz diferente. Isso ajuda demais na imersão e na construção da história na nossa cabeça. Nunca pensei que ouvir um livro pudesse ser tão envolvente.
Muito além da política: uma história que ainda dói
A história escrita por George Orwell entre 1943 e 1944 (e publicada em 1945) é apresentada como uma fábula — animais que tomam o controle de uma fazenda e tentam construir uma sociedade mais justa. Só que, com o passar do tempo, a coisa desanda. Muito.
O que poderia ser apenas uma crítica ao regime soviético, na verdade, serve de espelho para várias realidades, inclusive a nossa. É aquele tipo de leitura que, mesmo sendo escrita há décadas, continua fazendo sentido demais nos dias de hoje.
Meus incômodos — e reflexões — com os personagens
Snowball: o líder que some
Snowball é um dos porcos líderes da revolução, justo, democrático, motivado a ensinar os outros animais. No início, ele parecia ser a esperança de algo diferente. Mas, de repente, desaparece — literalmente.
A cada capítulo, eu me perguntava: o que foi feito dele? E essa falta de resposta, confesso, me incomodou. Justamente porque a gente sabe o que acontece com quem tenta fazer diferente num sistema corrompido, né?
Boxer: o trabalhador que só obedece
Ah, o Boxer… que dor no coração. Ele representa tão bem aquele tipo de pessoa que trabalha, trabalha, trabalha… sem questionar. Sempre repetindo: “trabalharei mais ainda”. No fim, exausto, é descartado. Vendido. E com o dinheiro, os porcos compram uísque.
Eu parei o áudio nessa parte. Fiquei refletindo. Quantos “Boxers” eu conheço? Quantas vezes a gente é ensinado a ser assim?
As ovelhas e o eco que cala vozes
“Quatro pernas bom, duas pernas ruim!”… repetido sem parar, como um mantra. As ovelhas impedem qualquer debate, qualquer dúvida. São o barulho que abafa o pensamento.
Ali, não teve como não lembrar da nossa política. E de como as massas, muitas vezes, viram instrumentos de silenciamento, só repetindo ideias prontas, sem pensar.
Benjamin, o burro que sabia demais
Desde o início, Benjamin me chamou atenção. Era óbvio que ele sabia das coisas. Mas preferia ficar quieto, longe. Fingir desinteresse. Eu fiquei me perguntando: o que faria alguém inteligente preferir o silêncio?
Se ele tivesse agido… será que a história teria outro rumo? A gente nunca vai saber. Mas fica o incômodo.
Cada leitor cria sua própria revolução
Uma das coisas que mais gosto nessa leitura é o tanto que cada personagem pode ter múltiplas interpretações. Vai depender de quem está lendo, do que viveu, do que sente. E isso é muito poderoso.
O livro te provoca o tempo todo — e não de forma teórica. Ele mexe com você. Te faz lembrar de situações reais, pessoas, contextos. Às vezes, até da gente mesma.
É clássico, sim. Mas é acessível, direto e necessário
Tem gente que se assusta com clássicos, né? Mas A Revolução dos Bichos é simples de ler (ou ouvir), mas complexa nas entrelinhas. É aquela leitura que entra fácil, mas fica reverberando por muito tempo.
Não dá pra passar por essa história sem sair com alguma pulga atrás da orelha. Ou sem repensar algumas certezas. E isso, pra mim, é um baita mérito.
Essa obra já passou por aqui… há mais de 10 anos!
Sabia que essa não é a primeira vez que A Revolução dos Bichos aparece no Capitulares? A gente já tem uma resenha antiga no site, feita há mais de uma década! Vale a visita.
Será que as impressões de lá batem com as de agora?
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