O leitor de 2025 – o que quer, o que muda?

0

O novo ritmo da leitura em tempos digitais

Definitivamente, o leitor de hoje não é mais o mesmo de dez ou quinze anos atrás. Estar com os olhos grudados em um livro, no contexto atual, é uma experiência completamente diferente — e é sobre essas mudanças que quero refletir com você, caro leitor.

Ler, hoje, vai muito além de folhear páginas físicas ou deslizar os dedos por um e-book. Ler é rolar a tela na vertical, escanear trechos para postar nas redes sociais, abandonar uma leitura e depois voltar, compartilhar impressões, opinar e até criar conteúdo sobre livros.

O leitor de 2025 é, inevitavelmente, produto de seu tempo digital — e isso transforma profundamente sua relação com a literatura.

Esse novo leitor é mais impaciente, mais visual, mais fragmentado. Boas indicações vêm de vídeos curtos no TikTok, os famosos booktokers. Nosso tempo de tela moldou não só a forma como vivemos, mas também a velocidade com que tudo precisa acontecer. Hoje, os leitores buscam ritmo acelerado, linguagem acessível, representatividade e catarse.

Mas será que essa pressa — esse consumo de frases soltas, sem a leitura completa de uma obra — pode colocar o leitor em desvantagem?

A profundidade, sem dúvida, é uma das primeiras perdas. A reflexão e o tempo de maturação da leitura são cada vez mais raros. Eu, por exemplo, quando gosto muito de um livro, naturalmente diminuo o ritmo conforme me aproximo do fim. A leitura fica mais lenta — é a minha forma de me despedir daquela história. E, dependendo da conexão, a ressaca literária vem com força.

Vivemos sob algoritmos. Um livro só é considerado bom se “cabe” em um stories. Só paramos para ler se a resenha for curta. Se for longa demais, parece que o autor não tem objetividade. E expressar opiniões contrárias ao fluxo dominante pode até custar seguidores — ou amizades.

E então surge a reflexão: quem é o leitor de 2025? E o que podemos esperar dos próximos anos?

Não sou, em hipótese alguma, contra o digital — muito pelo contrário. Foi ele que me aproximou de conteúdos que talvez eu nunca tivesse explorado. Mas essa pressa, muitas vezes, gera julgamentos precipitados e generalizações. Coloca todos os leitores em uma mesma caixinha.

Obras que marcaram gerações são ignoradas por muitos da nova geração. Não que seja uma obrigação lê-las, mas acreditar que ler apenas Harry Potter é suficiente pode limitar o repertório. Existem títulos que atravessam décadas e continuam tocando corações — e talvez o desafio seja justamente equilibrar o novo e o clássico.

A questão central é: como ser um bom leitor na era digital?

Enquanto muitos questionamentos pairam sobre nossas cabeças, fica o convite: como ler melhor, e não apenas mais?

Como ser rápido, mas ainda assim ser tocado?

E você, leitor de 2025 — o que anda buscando nas páginas que escolhe?

Conforto, espelho ou apenas likes?

#LeituraContemporânea #LeitorDe2025 #ReflexãoLiterária #Capitulares #Booktok #LeituraDigital #CulturaLiterária #MundoDosLivros #Leitores #LeituraCrítica #LiteraturaHoje

Share.
Ericka Lara

Formada em fisioterapia e RH, eu tinha um ritmo frenético de leitura, hoje tô menos intensa e mais aberta a ler de tudo, mas que fique bem claro que meus gêneros favoritos continuam sendo romances e fantasias. Antes de descobrir o Skoob, anotava minhas leituras em um caderninho que tinha páginas especiais para essa informação, lá consta que meu primeiro livro foi ‘’Sangue, ossos e pedacinhos’’, do Nick Arnold, e logo em seguida ‘’Romeu e Julieta’’, de Willian Shakespeare. Assim, percebe-se a minha flutuação de gênero, desde sempre.

Comments are closed.