O Pequeno Príncipe — a infância que nunca nos deixa

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Outubro chegou — e com ele, um dos meses mais temáticos do ano.
E, para entrar nesse clima, pensando no Dia das Crianças, que tal relembrar uma das obras que esta capitular aqui mais ama?

O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, é uma obra atemporal. Escrita em 1943, atravessa gerações e toca todos os corações. Embora seja uma literatura infantil, seu teor poético e filosófico vai muito além de uma simples história para crianças.

Com suas inúmeras frases icônicas, tornou-se imortal — virou tatuagens, inspiração de vida, expressão de sentimentos, tema de aniversários, quartos infantis e até de coleções de roupas.

Ah, são tantas coisas a dizer sobre essa obra… cada página nos toca de uma forma diferente.

Você sabia, caro leitor, que o Brasil tem um papel especial nessa história?
Saint-Exupéry era piloto de avião e, durante um período, sobrevoava com frequência entre o Brasil e a Argentina. Voava regularmente para Santos (SP) e Florianópolis (SC), onde era querido pelos pescadores locais, que o chamavam carinhosamente de “Zé Perri”.
Essa temporada entre Brasil e Argentina influenciou fortemente sua escrita — algo confirmado por estudiosos. Depois de passar por aqui, seu texto tornou-se ainda mais sensível, imaginativo e poético.


Curiosidades sobre O Pequeno Príncipe

  • É o livro mais traduzido do mundo entre os não religiosos;
  • É o segundo livro mais traduzido do planeta, atrás apenas da Bíblia;
  • Está entre os livros mais vendidos de todos os tempos, com mais de 150 milhões de cópias;
  • Mesmo após décadas, segue encantando leitores, sendo constantemente reeditado, traduzido e reinventado.

Mas afinal, por que nos cativa tanto?

A jornada do Pequeno Príncipe é como olhar para nós mesmos — vendo a inocência se perder aos poucos, a infância se despedir, e compreendendo que algumas dores são necessárias para o crescimento.

O meu personagem favorito é a Raposa.
Eu a vejo como a voz da consciência: aquela que fala sobre maturidade emocional, conexão, responsabilidade e compromisso.

Há quem diga que deveríamos ler O Pequeno Príncipe em três fases da vida — na infância, na juventude e na maturidade —, porque a obra ganha novos significados a cada leitura.

Eu concordo.

Não apenas pelos marcos biológicos, mas porque nossa forma de sentir o mundo muda com o tempo.
A Rosa, por exemplo, que na minha primeira leitura me parecia “uma chata controladora”, hoje representa para mim a fragilidade do amor romântico, a mulher não compreendida.


Ao longo de suas 96 páginas, nós nos transformamos junto com o Pequeno Príncipe.
É lindo perceber, ao final da leitura, o quanto ela nos faz pensar — sobre a vida, as prioridades, e a essência do que fomos, somos e seremos.

Talvez sejamos todos, de alguma forma, raposas à espera de sermos cativadas, e pequenos príncipes aprendendo a cuidar do que desperta em nós.
A infância, afinal, é o tempo em que ainda acreditamos que o amor transforma — e o livro de Saint-Exupéry nos faz voltar a acreditar.


“Se tu vens às quatro, desde as três eu começarei a ser feliz.”
A Raposa, em O Pequeno Príncipe


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Ericka Lara

Formada em fisioterapia e RH, eu tinha um ritmo frenético de leitura, hoje tô menos intensa e mais aberta a ler de tudo, mas que fique bem claro que meus gêneros favoritos continuam sendo romances e fantasias. Antes de descobrir o Skoob, anotava minhas leituras em um caderninho que tinha páginas especiais para essa informação, lá consta que meu primeiro livro foi ‘’Sangue, ossos e pedacinhos’’, do Nick Arnold, e logo em seguida ‘’Romeu e Julieta’’, de Willian Shakespeare. Assim, percebe-se a minha flutuação de gênero, desde sempre.

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