Julgando narradores de As Crônicas de Gelo e Fogo – O Festim dos Corvos – Livro IV, de George R. R. Martin

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De volta com a nossa série de posts, nessa quarta e penúltima parte vamos julgar os narradores de O Festim dos Corvos, o quarto livro de As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin.

Já é amplamente conhecido – mas se você ainda não sabe vou explicar – que o livro 4 é o mais diferente de todos os tomos já lançados até então. Isso porque Martin decidiu fazer um recorte geográfico em sua narrativa e focou sua história nos acontecimentos que ocorrem na parte sul de Westeros.

Péssimas consequências

Essa opção acarretou na ausência de personagens considerados protagonistas e, até mesmo, favoritos dos fãs das crônicas. Jon Snow quase não aparece em O Festim dos Corvos e Tyrion e Daenerys, por exemplo, nem aparecem. Além de tudo isso, a falta de outros personagens considerados mais relevantes levou o autor a alçar terciários e quaternários ao posto de narradores.

Todas essas opções levam, em minha opinião, O Festim dos Corvos a ser o pior, sem dúvida nenhuma, livro da série. Personagens desinteressantes narrando acontecimentos desestimulantes não prendem a atenção do leitor e levam ao tédio. A impressão final é que o livro e personagens poderiam ter sido cortados pela metade. Vários narradores não tem o que contar.

Muitos dos novos narradores dão voz a apenas dois ou três capítulos – o que quebra um diferencial de ACDGEF. Martin dava voz a quem realmente importava. Agora, pelo visto, qualquer um pode ser narrador. Foi por isso que nesse ranking tratei todos os homens de ferro como um narrador só, bem como todos aqueles personagens que estavam em Dorne. Isso porque entendo que eles representam juntos a narrativa de um núcleo, mas não têm força como narradores independentes. Vamos ao ranking:

8º – Casa Greyjoy

Diferentemente de Theon Greyjoy, que no livro 2 conduzia sua própria história integralmente, em O Festim dos Corvos a Ilhas de Ferro pulverizam sua narrativa entre  vários personagens, por isso ttsnão nos aproximamos deles e não causa empatia.

7º – Casa Martell

Assim como o narrador anterior, este narrador é composto por vários personagens. A diferença é que nos livros anteriores não sabíamos quase nada sobre os habitantes de Dorne. Nesse núcleo, nem todos os narradores pertencem à Casa Martell, mas todos estão envolvidos nos acontecimentos em Dorne e por isso são considerados como um só. Assim como os Greyjoy, apresentam uma narrativa muito fragmentada, mas ganham por ter um “caráter melhor” que o dos homens de ferro.

6ª – Arya Stark

Essa personagem finalmente chega a algum lugar depois de tanto bater perna por Westeros. Entretanto, quando você acha que a história vai deslanchar, percebemo-nos dando voltas e voltas com Arya novamente sem que o enredo saia do lugar.

5ª – Brienne de Tarth

Essa pode ser considerada a versão adulta da Arya. Brienne passa 95% do livro 3 viajando. Quando finalmente chega a algum lugar, o que ela faz? Parte para uma nova viagem que dura 90% do livro 4. Seu enredo conta com um grande plot twist no final, mas que não vale a pena pela espera.

4º – Jaime Lannister

Seu enredo melhora muito em O Festim dos Corvos. Jaime tem que lidar com os problemas da corte e de sua irmã maluca, o que dá um objetivo para o personagem na história. Isso aconteceu porque ele parou de viajar um pouco também.

3º –  Samwell Tarly

Com esse o caso é justamente o inverso. Sam era muito parado enquanto estava na muralha. Com um objetivo em mente e uma longa viagem a sua frente, seu enredo cresce.null

2ª – Sansa Stark

Depois de Daenerys sair da lanterninha nos livros 1 e 2 e chegar ao 2º lugar no 3, chegou a vez de Sansa. A personagem que era uma das piores até então, desenvolve-se nesse tomo 4 e consegue ter o segundo enredo mais interessante do Festim.

1ª – Cersei Lannister

É difícil um narrador estreante se tornar o melhor, mas a ausência de bons personagens ajudaram muito Cersei a chegar ao posto. Ela consegue carregar o livro 4 nas costas. Parece que já é tradição, uma vez ganha Jon Snow e depois um Lannister, depois de novo Jon Snow e agora de novo um Lannister.

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Confira também os julgamentos dos narradores de A Guerra dos Tronos, A Fúria dos Reis e A Tormenta de Espadas.

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Felipe Paiuca

Jornalista formado desde 2013 – o tempo voa. O primeiro livro da minha vida foi “O Menino que Aprendeu a Ver”, de Ruth Rocha, em 1999. Enquanto a minha geração se aventurava com Harry Potter, a série que me conquistou para o mundo da leitura foi Deltora Quest, de Emily Rodda. Não tenho livro favorito, pois não consigo escolher e sempre tento variar os gêneros literários de uma leitura para a outra para abranger os mais variados temas possíveis.

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