Resolvi isso porque quando li Percy Jackson e os Olimpianos não havia gostado muito do Ladrão de Raios, mas naquela época dei uma chance para o Mar de Monstros e o enredo fluiu. Bom, mas vamos à resenha.
O que tem de novo?
Profundezas continua contando a história de Will Burrows, aquele garoto que não se encaixa e tem poucos ou quase nenhum amigo. Porém, depois de ter adentrado os subterrâneos da cidade de Londres em busca do pai e ter se metido em algumas confusões, ele está agora ainda mais fundo no planeta Terra e cada vez mais distante de casa.
Fazendo uma comparação entre o encerramento do volume um e o início do livro dois, Roderick Gordon e Brian Williams conseguiram dar um fio de esperança para o leitor. Enquanto em Túneis praticamente 90% do tempo é dedicado ao personagem protagonista, suas aflições e “aventuras” (que na verdade são muito chatas), na primeira parte de Profundezas a narrativa se divide entre Will e uma nova personagem que já havia sido citada no primeiro volume.
E sim, é essa personagem que dá ritmo à história e faz com que você queira ler a obra, porque a verdade é que Will e seus amigos simplesmente não fazem praticamente NADA nesse livro. Eles ficam caminhando, caminhando, caminhando, caminhando, caminhando, caminhando, caminhando, caminhando… caminhando, caminhando… vocês me entenderam. O pior, é que aquilo que parece dar indícios de algo relevante na verdade não são e se mostram sem qualquer propósito.
Uma andorinha só não faz verão
Aquela tal esperança que se tinha se esvai quando a nova personagem também para no tempo. Como os protagonistas não ajudam em nada na história, esse livro consegue se tornar ainda mais enfadonho que o primeiro e o pior de tudo é que ele tem nada menos do que 689 páginas. Poderia ter no máximo (mas no MÁXIMO) 300 que estaria de muito bom tamanho e tudo que acontece nesse volume seria contado com extremo detalhamento.
Confesso que existiram momentos em que pensei “EITA agora vai…”, mas não, não mesmo. Os autores conseguem passar por cima de coisas que poderiam “dar graça” à história (PUTA QUE PARIU QUE VONTADE DE JOGAR ISSO PELA JANELA). Eu não estou exagerando. Quando estava lendo, ficava resmungando e minha mãe perguntava com quem estava falando.
O que você vai ser quando crescer? Não sei!
Personagem sem objetivo é um pé no saco. Nesse livro surgem alguns deles. Eles são uma espécie de renegados e lutam contra o sistema, mas que na verdade passam páginas e páginas sem dizer a que vieram. Isso me irritou profundamente. Que tipo de combate aos opressores é esse?
Apesar de tudo, as piores partes para mim são as que o pai de Will aparece. Nossa, mas que coisa mais dispensável. Se nós não soubéssemos nada sobre ele acredito que seria muito melhor. O cúmulo é tão grande, que minha as minhas partes favoritas foram quando a mãe do protagonista é o foco. Seria normal, se ela não passasse quase o livro todo sentada assistindo televisão.
Todo mundo merece uma segunda chance, mas três?
CHEGA! Lembra daquele acontecimento nas últimas, se eu não me engano, dez páginas de Túneis que me fez tentar dar uma chance ao segundo volume? Então, uma outra coisa acontece aos 45 do segundo tempo nesse também, mas depois de pastar com essa história eu não quero ver essa série nem de longe.
E você, já leu, está lendo ou pretende ler? Conte para a gente o que você pensa sobre a série Túneis. Eu fico por aqui. Até a semana do horror!
Ficha catalográfica:
Título: Profundezas
Título original: Deeper
Autores: Roderick Gordon e Brian Williams
Editora: Rocco Jovens Leitores
Média de preço: R$ 59,00
ISBN: 8561384840