Gigantomachia, de Kentaro Miura

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7Ambientado em um mundo pós-apocalíptico, com referências da Grécia, lutas de arena, misticismo, evolução humano e porradaria das boas, surge Gigantomachia, de Kentaro Miura.

Para quem ainda não pegou o nome do autor a outras obras, Miura é autor do aclamado mangá chamado Berserk, obra ainda em andamento. Gigantomachia como volume único surgiu durante um hiato na publicação de seu mangá principal, servindo de válvula de escape para novar ideias.

A obra foi lançada originalmente em 2013 e deu as caras por aqui em 2015 pela editora Panini, que também publica Berserk.

 

Novo mundo

O enredo é apresentado aos poucos, jogando só o necessário para o desenvolvimento da história. Logo no início nós conhecemos Delos, homem forte de pouca inteligência, porém, bom de coração; e Prome, garota de raciocínio lógico, com poderes místicos e muito além da existência humana. Os dois vivem em um mundo após A Grande Extinção, acontecimento que deixou a terra árida e desértica.

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O conflito se inicia quando a dupla protagonista fica refém de uma tribo chama “Scraves”, uma mistura de humanos com besouros, conhecida pela nomenclatura de “Mus”. A tribo desconfia de Delos e Prome por parecerem “humanos”, chamados de “Hus”. Os poucos humanos que existem vivem em um império quase “grego”, buscando dizimar a raça dos “Mus” usando forças divinas, com direito até a um oráculo.

Esse é o plot inicial do mangá. Um leve passeio sobre diferenças étnicas, passando por preconceito, dilemas morais, força de vontade e dilemas humanitários (beirando o utópico).

8A história pode ser confusa no início, o autor não desacelera o ritmo da trama, deixando o volume fluir em uma sentada só. Dois capítulos é o suficiente para colocar o leitor completamente situado na trama e curioso para o que vem a seguir.

Os protagonistas são cativantes. Delos é o musculoso bom de briga, com coração ingênuo, cheio dos princípios morais. Prome é a encarnação do divino a procura do equilíbrio em uma terra de pouca vida e muita desigualdade. A interação dos dois é muito divertida, mesmo apelando para o ecchi (termo japonês que refere-se a relação sexual), muito usado em outros mangás para estabelecer piadinhas com teor sexual.

Panorama geral

3Pensando como um todo, Gigantomachia nos apresenta um mundo muito funcional, cheio de criaturas, novas raças, culturas e cenários. Miura é um artista de mão cheia, seus desenhos deixa a obra com potencial para mais histórias. A lutas são grandiosos (sem trocadinhos). O próprio nome Gigantomachia significa embate da mitologia grega entre os Deuses do Olimpo e os Gigantes de Gaia.

Muitos podem criticar a obra por achar que foi um desperdício de universo que o autor não vai seguir em frente. Eu discordo. Acredito que Gigantomachia se trata de um exercício criativo. Miura escreve Berserk desde 1989 e ficou claro que o autor precisou de um respiro.O diferencial é que o cara tem um potencial incrível de criação e soube explorar bem suas ideias nesse volume único. Quem sabe essa história não serviu de termómetro para o que está por vir em sua obra principal, não é?!

 

Avaliação

Meu julgamento final é que vale muita a pena ler Gigantomachia. Além de ser um volume único, a obra é bem mais leve que Berserk, mais rápida, tão criativa quanto, desenhos afiados e redondo, sem falhas no enredo.

A edição é da Panini Comics (Planet Manga), papel offset, capa cartão fosco, formato 13,7 x 20 cm , 232 páginas, ao preço de R$ 15,90. É uma edição de luxo, praticamente.

 

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Sou formado em jornalismo e estudante de design gráfico. Entusiasta de um bom quadrinho ou mangá. Adoro livros de terror e ficção científica, além de ter um dedinho na fantasia. Não perco a oportunidade de discutir um filme ou livro. Adora debater ideias e refletir sobre o péssimo posfácio dos livros.

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