De 30 de julho a 3 de agosto, Paraty voltou a respirar literatura com a 23ª edição da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty. Com o retorno ao calendário tradicional, a cidade foi tomada por debates intensos, saraus, lançamentos e encontros inesquecíveis entre leitores e escritores.
Criada em 2003 pela editora inglesa Liz Calder, cofundadora da Bloomsbury, a FLIP nasceu como ponte entre a literatura brasileira e o cenário internacional. Seu objetivo: criar um espaço de diálogo, diversidade e celebração da literatura em todas as suas formas.
Desde então, tornou-se símbolo de resistência cultural, pluralidade de vozes e descentralização do acesso à literatura. Ao ocupar uma cidade histórica como Paraty, promove não apenas debates, mas também reflexões sobre o Brasil contemporâneo, suas desigualdades, ancestralidades e imaginários.
Homenagem a Paulo Leminski
O homenageado da edição foi o poeta curitibano Paulo Leminski — irreverente, experimental e essencial. Sua obra inspirou o espaço Caprichos & Relaxos, que reuniu performances e leituras autorais ao ar livre.
Dicas para conhecer Leminski:
- Distraídos Venceremos – poesia com humor, filosofia e profundidade.
- Toda Poesia – coletânea completa.
- Catatau – romance experimental.
- Vida – biografias sintéticas sobre figuras como Bashô e Jesus Cristo.
Grandes autores presentes
A programação contou com nomes como Caetano Galindo, Marília Garcia, Gregório Duvivier, Giovana Madalosso, Rosa Montero, Nei Lopes, Cristina Rivera Garza e Gaël Faye.
Pela primeira vez, nenhum autor de língua inglesa participou. A curadoria priorizou vozes latino-americanas, africanas, europeias e do Oriente Médio.
Uma FLIP mais inclusiva
A festa mostrou sua evolução como um festival mais inclusivo e plural. A curadoria de 2025 trouxe autoras indígenas, nomes africanos, vozes LGBTQIA+ e escritores que pensam o Brasil de dentro. A literatura foi a ponte para conversas sobre saúde mental, ancestralidade, corpo, política e infância.
Conclusão
A FLIP 2025 provou que literatura é viva, plural e necessária. Entre homenagens a Leminski, mesas inspiradoras e encontros únicos, a edição reafirma que — como disse o poeta — “literatura não é luxo, é ar que se respira”.
Que venha a próxima edição — e quem sabe a Capitu não veja tudo de pertinho?