O Dia dos Namorados passou, mas por aqui a gente ainda suspira – ou tenta! Afinal, o que combina mais com essa época do ano do que um livro de poemas? E melhor ainda: um que pudesse atingir tanto quem está de coração ocupado quanto quem está curtindo o edredom sozinho nos dias frios.
O escolhido da vez foi Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco, do autor Geffo Pinheiro, famoso no Instagram pelo perfil @relicariodeexp, onde reúne mais de 750 mil seguidores.
Primeiras Impressões: Visual e Estrutura
Logo de cara, a capa chama atenção. Delicada, com uma estética que promete sentimentos à flor da pele. O livro é todo cheio de gravuras bonitas e leves, o que torna a experiência visual bastante agradável.
A leitura é rápida e de linguagem simples, ideal para quem gosta de consumir poesia de forma fluida. A obra é dividida em quatro partes – e foi justamente essa divisão que me despertou algumas emoções… e também algumas frustrações.
Parte 1 – Um Abraço de Autocuidado
A primeira parte foi, sem dúvida, a que mais me conquistou.
Os textos funcionam quase como um convite ao autocuidado, amor-próprio e reconhecimento de valor. Poemas que te lembram de que, antes de tudo, você precisa escolher a si mesmo. Em tempos de relações líquidas e sentimentos atropelados, foi gostoso ser lembrada disso.
Parte 2 – Cartas de Despedida
Essa é a parte mais rápida do livro.
Aqui, o formato muda: são cartas – ou, pelo menos, é assim que parecem. Pequenas despedidas, com aquele tom melancólico de quem escreve um último bilhete antes de partir emocionalmente.
Simples, mas eficientes.
Parte 3 – Onde Me Perdi…
A terceira parte, para ser bem honesta, me deixou confusa.
Não consegui entender o fio condutor, o tema, o propósito. Os poemas pareceram monótonos e sem conexão entre si. Fiquei com aquela sensação de que o livro estava perdendo a força.
Parte 4 – Manual de Relacionamentos?
Na quarta e última parte, o foco vira o amor romântico – ou, melhor dizendo, um ideal de relacionamento.
O tom é quase de um manual: o que se deve aceitar, o que não se deve tolerar, como o amor deveria ser. E, infelizmente, aqui minha conexão com a obra praticamente desapareceu.
Senti falta da emoção prometida no título. O “exagero” que eu esperava ver nas palavras, nos sentimentos transbordando, acabou virando um compêndio de regras e desilusões amorosas.
Considerações Finais
Poesia sempre chega de forma diferente pra cada leitor. Cada um carrega suas próprias tempestades internas, e talvez quem esteja vivendo um término doloroso vá se identificar mais com o tom do livro.
Mas, pra mim, a promessa do título não se cumpriu. O começo é forte, a proposta é boa, mas a obra termina como um manual de dor de cotovelo.
Faltou o mergulho na piscina rasa. Faltou o arrebatamento. Faltou o exagero de sentir.
E você?
Já leu Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco? Como foi sua experiência?
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