Cinco livros de não-ficção que você precisa conhecer

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Conhecer histórias inventadas pelos nossos autores favoritos é a praia da maioria de nós que produzimos e consumimos conteúdos literários, não é mesmo? Entretanto, a realidade (Não-ficção) também guarda enredos surpreendentes e que, em muitos casos, superam qualquer narrativa ficcional.

Como leitor vivo uma dicotomia. Quando questionado sobre meus livros favoritos, acabo sempre partindo para aqueles mais fantasiosos possíveis como Harry Potter, O Hobbit e As Crônicas de Gelo e Fogo. Todavia, não consigo ficar longe dos livros que trazem a verdade em suas páginas, ou pelo menos uma versão dela, e já considero não-ficção meu outro gênero literário favorito.

Então, seguem aqui algumas recomendações de livros de não-ficção que acho muito interessantes e que, apesar de não ter gostado 100% de todos, creio que suas premissas podem interessar a você:

1 – No Ar Rarefeito, de Jon Krakauer

Este livro traz um relato do jornalista Jon Krakauer sobre uma das maiores tragédias ocorridas no monte Everest. A narrativa acompanha um grupo de alpinistas, entre eles o próprio autor, que em 1996 (tentaram) escalaram o maior pico do mundo em uma época em que a popularização do alpinismo era uma obsessão das empresas do ramo.

Sinopse do livro:

“Mais tarde – depois que foram localizados seis corpos, depois que a busca de outros dois foi abandonada, depois que os médicos amputaram a mão direita de Beck Weathers, meu companheiro de equipe – as pessoas se perguntariam por que motivo, se o tempo começara a piorar, os alpinistas não haviam prestado atenção aos sinais. Por que os veteranos guias do Himalaia continuaram subindo e conduzindo um bando de amadores relativamente inexperientes – que pagaram até 65 mil dólares para chegar em segurança ao Everest – rumo a uma evidente armadilha mortal?”

2 – Virada no Jogo, de John Heilemann e Mark Halperin

Dois jornalistas americanos relatam os bastidores da maior corrida presidencial americanada de todos os tempos. Desde as prévias democratas entre Brack Obama e Hillary Clinton até a disputa efetiva contra os republicanos John McCain e Sarah Palin, os repórteres desnudam o que houve por trás da disputa do século pela Casa Branca, sem romantizações  ou demonizações, expondo a verdadeira face dos “heróis” e dos “vilões”. Veja resenha!

Sinopse do livro:

Como Barack Obama, senador iniciante com poucas realizações políticas tangíveis se convenceu de que deveria e poderia ser o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos? Que papel Bill Clinton desempenhou efetivamente na campanha da esposa? Por que McCain escolheu a desconhecida governadora do Alasca, uma incógnita, como companheira de chapa? E quem é realmente Sarah Palin? Em Virada no jogo, John Heilemann e Mark Halperin se valem de um privilegiado acesso aos meios políticos para responder a essas e a outras perguntas.

Mesmo com a exaustiva cobertura da imprensa diária, para Heilemann, colunista da revista New York, e Halperin, da Time, boa parte da história por trás das manchetes não fora contada. Por isso, Virada no jogo se empenha em traçar um retrato íntimo dos candidatos e cônjuges que possuíam chances razoáveis de ocupar a Casa Branca: Barack e Michelle Obama, Hillary e Bill Clinton, John e Elizabeth Edwards e John e Cindy McCain.Com base em centenas de entrevistas, Virada no jogo é um tour de force jornalístico que pode ser lido como um romance de ritmo frenético. É a narrativa definitiva, às vezes chocante e não raro hilariante, de uma campanha presidencial que entrou para a história.

3 – Vozes de Tchernóbil – A História Oral do Desastre Nuclear, de Svetlana Aleksiévitch

Escrito pela jornalista ucraniana Svetlana Aleksiévitch, Vozes de Tchernóbil traz um compilado de relatos de vítimas e atuais moradores da cidade fantasma de Pripyat, local onde ocorreu o desastre nuclear de Tchernóbil na década de 1980. A entrevistas expõe as consequências do acidente e a maneira irresponsável como o caso foi tratado pelas autoridades soviéticas da época. O livro nos ajuda a entender também um pouco da grande resistência ucraniana frente a investidas bélicas atuais da Rússia.

Sinopse do livro:

“Em abril de 1986, uma explosão na usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia então parte da finada União Soviética, provocou uma catástrofe sem precedentes: uma quantidade imensa de partículas radioativas foi lançada na atmosfera e a cidade de Pripyat teve que ser imediatamente evacuada. Tão grave quanto o acidente foi a postura dos governantes soviéticos, que expunham trabalhadores, cientistas e soldados à morte durante os reparos na usina. Pessoas comuns, que mantinham a fé no grande império comunista, pereciam após poucos dias de serviço. Por meio das vozes dos envolvidos na tragédia, Svetlana constrói este livro de não-ficção arrebatador, que tem a força das melhores reportagens jornalísticas e a potência dos maiores romances literários. Uma obra-prima do nosso tempo. “

4 – Columbine, de Dave Cullen

Conhecido como uma das primeiras tragédias escolares, a Massacre do Columbine – ocorrido em abril de 1999 – marcou uma geração e é lembrado até hoje como uma das mais terríveis atrocidades cometidas por adolescentes em escolas. A narrativa de Cullen traça um perfil dos perpetradores, desenhando com riqueza de detalhes a psique daqueles que seriam os algozes de 13 pessoas (entre alunos e professores).

Sinopse do livro:

O dia 20 de abril de 1999 deixou uma marca indelével na história norte-americana. O Massacre de Columbine pode não ter sido o primeiro tiroteio em massa, mas foi o primeiro da era digital ― e o primeiro de larga magnitude. Na esteira dos acontecimentos de Newtown, Aurora, Virginia Tech, Christchurch, Suzano e Ohio, torna-se cada vez mais urgente compreender e confrontar acontecimentos como o de Columbine. Nossa arma é reaprender a ouvir a dor que cresce em silêncio no outro e no cerne dos valores da nossa sociedade.

5 –   A Sangue Frio, de Truman Capote

 Um dos maiores clássicos do jornalismo literário (não-ficção), a obra de Capote traz o relato sobre a chacina cometida contra a família Clutter em 1959. O crime, ocorreu em uma cidadezinha do interior dos EUA e deixou os habitantes do pacífico local em estado de choque, chamando a atenção do renomado escritor que contou com a ajuda de outro expoente da literatura americana durante as investigações do caso, Harper Lee. Hoje, a reportagem é leitura obrigatória em quase todas as faculdades de jornalismo.

Sinopse do livro:

Fruto de uma intensa investigação, feita ao longo de meses, A sangue frio é um dos livros que fundaram o jornalismo literário, gênero que combina a objetividade factual e os recursos da narrativa de ficção. O clássico de Truman Capote conta a história da brutal chacina da família Clutter e dos autores do crime, executados em 1965.

E você, também curte não-ficção? Comenta com  a gente lá no Instagram quais livros você indica!

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Felipe Paiuca

Jornalista formado desde 2013 – o tempo voa. O primeiro livro da minha vida foi “O Menino que Aprendeu a Ver”, de Ruth Rocha, em 1999. Enquanto a minha geração se aventurava com Harry Potter, a série que me conquistou para o mundo da leitura foi Deltora Quest, de Emily Rodda. Não tenho livro favorito, pois não consigo escolher e sempre tento variar os gêneros literários de uma leitura para a outra para abranger os mais variados temas possíveis.

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