Resenha – Animais Fantásticos Os Crimes de Grindelwald O Roteiro Original, de J.K.Rowling

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Seguindo nossa série de resenhas sobre Animais Fantásticos, hoje trago para vocês minhas opiniões sobre Animais Fantásticos Os Crime de Grindelwald O Roteiro Original. Lançado em 2018, o segundo filme da nova saga de J.K. Rowling arrecadou mais de US$ 600 milhões ao redor do mundo, representando uma queda de quase 20% do faturamento em relação ao filme anterior. Mesmo assim, a editora Rocco trouxe para os fãs a versão impressa do roteiro que deu origem ao longa.

Nesta nova história, Newt Scamander se vê envolvido em uma nova missão atribuída por Albus Dumbledore, localizar Credence Barebone antes de Gellert Grindelwald, que escapou por entre os dedos do Macusa e agora busca seguidores na Europa com o objetivo de dividir ainda mais o mundo bruxo e não-bruxo.

De novo… não

Cartaz de divulgação de AF Os Crimes de Grindelwald

Confesso que, assim como no primeiro, não curti esse filme. Na verdade, saí da sala de cinema antes dele terminar. Fui procurá-lo apenas muitos meses depois e assisti poucas vezes, ainda considerando este um filme lento, truncado e confuso. Ao pegar o roteiro para ler, no entanto, tive a mesma surpresa que com o primeiro. J.K. é muito melhor no papel, isso porque de novo ela consegue nos levar para dentro da cabeça dos personagens e nos mostrar suas nuances, coisa que atores e diretor não conseguiram nas telas.

Entretanto, mesmo no papel continuei achando a narrativa muito truncada. A história não flui facilmente. Em comparação com o primeiro roteiro, senti que faltaram algumas descrições de ação. No primeiro, as cenas eram muito marcadas, quase como em um livro de verdade. Já nesse, a autora parece ter concedido mais liberdade ao elenco e à direção. Além disso, a história é repetitiva. Em AFOB, Newt corre a cidade toda para recapturar seus animais que escaparam em Nova York. Aqui ele faz a mesma coisa, só que em Paris.

Muita coisa ao mesmo tempo

O grande problema dessa história, no entanto, é o excesso de enredos concomitantes. Ao todo contei oito histórias concorrentes que competem por espaço nas duas horas de tela sendo pouquíssimas bem desenvolvidas mesmo na versão escrita. E apesar de todas se encontrarem no final, isso gera uma confusão imensa na cabeça do espectador/leitor, acarretando em certo desinteresse.

Com esse monte de histórias, muitos personagens também são introduzidos e assim como seus enredos, estes também não ganham o aprofundamento. Além disso, o fato de apresentar e matar personagens em um mesmo filme me incomoda muito, pois deixa a impressão de que a “pessoa” em questão não foi devidamente trabalhada. Esse é o caso de [SPOILER] Leta. Muitas perguntas sobre ela ficaram em aberto.

E os animais?

Cena de AFOCG em que Newt distrai um dos animais fantásticos

Ocorre também que os animais, que deveriam ser os protagonistas dessa série junto com Newt, simplesmente foram renegados a um acessório da história. Como o próprio logotipo do filme já mostra, o foco é em Grindelwald e em Dumbledore, não mais nos animais. Isso foi um grande erro. J.K. fez algo que não é normal para ela e deu ouvidos à turba de fãs que queriam de qualquer forma a história de Grindelwald e Dumbledore, descartando por quase completo o tema original.

A ideia de expandir o mundo bruxo por meio dos olhos de Newt e suas viagens em busca dos animais fantásticos era sensacional. Pena que se esqueceram disso. Penso que para AF o melhor mesmo seria não ter um vilão fixo, que acompanha a história do começo ao fim da franquia, mas sim ter vilões ocasionais. Assim Newt poderia salvar essas criaturas de acordo com a necessidade que se apresentasse em cada momento. Já imaginou esse bruxo pesquisador ajudando animais mágicos ameaçados na floresta amazônica ou na África? Seria incrível.

Trailer 2 de Animais Fantásticos Os Crimes de Grindelwald

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68%
68%
Regular
  • Enredo
    7
  • Desenvolvimento
    5
  • Clímax
    6
  • Edição
    10
  • Originalidade
    6
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Felipe Paiuca

Jornalista formado desde 2013 – o tempo voa. O primeiro livro da minha vida foi “O Menino que Aprendeu a Ver”, de Ruth Rocha, em 1999. Enquanto a minha geração se aventurava com Harry Potter, a série que me conquistou para o mundo da leitura foi Deltora Quest, de Emily Rodda. Não tenho livro favorito, pois não consigo escolher e sempre tento variar os gêneros literários de uma leitura para a outra para abranger os mais variados temas possíveis.

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