Resenha – Divergente, de Veronica Roth (livro + filme)

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divergenteMinha leitura de Divergente começou pelo julgamento de sua capa, contracapa e orelhas. Nada disto havia captado muita atenção e em meu pré-conceito, a obra dava uma sensação de que seu interior seria justamente um clichê bem comercializado. Estive errada em grande parte…

Escrito por Veronica Roth, Divergente é o primeiro livro da trilogia que marca o início da saga e o sucesso internacional da autora. A obra, considerada best-seller pelo The New York Times, foi lançada em 25 de abril de 2011 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 2012. Seu sucesso de vendas mundial, fez com que a Summit Entertainment comprasse os direitos autorais para adaptar a franquia nos cinemas. O primeiro filme estreou no dia 17 de abril de 2014 em nosso País. A continuação cinematográfica da saga – intitulada como Insurgente – será lançada HOJE, dia 19 de março de 2015 (também vai ser aniversário de minha mãe e de uma querida amiga).

Prazer, Divergente

Voltado para o público de jovens adultos (young adults) e amantes de distopias, o livro é fortemente comparado à Jogos Vorazes e Maze Runner – também best-sellers dos gêneros.

Divergente, de Veronica Roth é narrado em primeira pessoa por Beatrice Prios – depois passa a ser chamada de Tris. A protagonista vive em uma Chicago futurista e distópica em que a sociedade é divida em cinco grupos de pessoas (denominados como facções) e os marginalizados são os sem facção. Os cinco grupos principais se desenvolvem conforme as personalidades das pessoas: Abnegação para os Altruístas; Erudição para os Inteligentes; Audácia para os Corajosos; Amizade para os Bondosos; Franqueza para os Sinceros.

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Facções: Abnegação, Amizade, Franqueza, Audácia e Erudição

Ao completar 16 anos os jovens da cidade são obrigados a escolher uma das facções. Para ajudar na decisão, são aplicados os Testes de Aptidão que apontam a inclinação de cada adolescente. Beatrice foi criada na abnegação, mas a garota encontra grande dificuldade de se manter fiel à facção de sua família. No dia de seu teste de aptidão, a garota se descobre como uma pessoa diferente dos demais, pois sua prova apontou algo raro e perigoso. Após um Teste de Aptidão com um resultado conturbado, a protagonista participa da Cerimônia de Escolha e se decide por uma facção.

Para esta Chicago distópica, tais decisões definem quem são seus amigos, quais são suas crenças, determinam sua lealdade para sempre e podem te transformar. Beatrice muda seu nome para Tris, mas apesar de estar vivendo numa regra não consegue deixar de lado que é uma exceção. Seu segredo, revelado no Teste de Aptidão, garante que o livro Divergente reserve aos leitores muita adrenalina, reflexão e surpresas ao decorrer da trama.

Valorizou

O livro é organizado em capitulares, ou seja, com capítulos cronológicos. A narrativa é leve, descritiva e em alguns momentos torna-se ansiosa por estarmos na visão de Tris. A leitura flui tão bem, a ponto de acabar fazendo com que o leitor devore a obra facilmente – apesar de suas 502 páginas.

Outro adentro aos pontos positivos de Divergente, foram as construções de personagens com fortes características cativantes. Nossa protagonista consegue agradar de diversas formas e não ser algo que fuja de nossa realidade. Se você não simpatizar com ela, também pode escolher algum dos personagens secundários como: Cristina, Quatro, Will e etc.

Grande parte do livro mostra a adaptação de Tris em sua facção, a luta pela sobrevivência e pela seleção para se tornar um membro oficial. Na obra também são abordados temas como: amor, amizade, família, política e descobrimos o porquê do nome do livro.

Não agradou tanto

Veronica Roth, autora de Divergente
Veronica Roth, autora de Divergente

A obra é fortemente comparada à distopia favorita do momento, Jogos Vorazes. De modo gritante, algumas das similaridades chegam a se tornar um tanto decepcionantes, e se fizéssemos uma batalha dos primeiros livros de Veronica Roth e Suzanne Collins, a vencedora seria a segunda. Compartilho da mesma opinião ao que se diz respeito ao primeiro livro da trilogia Maze Runer, de James Dashner. Sou muito intrigada pelo modo de escrita do autor e apesar de ter potencial, Veronica não me atingiu de tal modo. Confira nossa resenha de Maze Runner AQUI.

A partir do clímax até o desfecho de Divergente, a leitura se dinamiza por conta das situações que vão se desenvolvendo. O leitor pisca e já está no final do livro pensando “What the hell? Preciso ler a continuação”. Sorte a minha que tinha o segundo livro em casa e azar o meu que antes de começá-lo fui marcar no Skoob que havia terminado a leitura e peguei o spoiler do final da trilogia. Se você já leu a saga inteira, sabe de qual spoiler estou falando.

Recapitulando

O primeiro romance de Veronica Roth, vem com uma ótima temática e crítica muito boa fazendo com que o leitor reflita sobre determinados assuntos e até os relacione com a sua vida e sociedade. A narrativa é rica, objetiva e leve. A obra conta com personagens bem construídos e cativantes. Porém, algo que desagrada é a abordagem final sendo um corre-corre e fazendo com que alguns acontecimentos perdessem a  força e sensibilidade que poderiam ter.

A edição feita pela Rocco Jovens Leitores (selo da Rocco) foi a mesma capa apresentada na versão dos EUA e da maioria dos lançamentos mundiais. Como eu disse, esta não havia me chamado a atenção.

Ficha Catalográfica:

Título: Divergente

Título original: Divergent

Autor: Veronica Roth

Editora: Rocco Jovens Leitores

Páginas: 502

Divergente (Filme)

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Theo James (Quatro) e Shailene Woodley (Tris)

Em 2014, a série literária ganhou sua adaptação cinematográfica. Acompanhando a modinha do momento – as distopias – Divergente, lançado pela Paris Filmes no Brasil, trouxe muita ação e algumas cenas confusas ou rápidas demais. Alguns personagens secundários não foram bem desenvolvidos, fazendo com que parecessem desperdícios de gravação em dados momentos. Porém num geral o roteiro é bom e enriquece a síntese que teve de ser feita de um livro de 502 páginas. Só não foi do meu agrado algumas mudanças para transformar a protagonista em uma heroína absoluta, descaracterizando de certa forma sua “humanidade”.

A personagem Tris sai das páginas dos livros para ser vivida por Shailene Woodley, atriz aclamada pelas interpretações em A Culpa é das Estrelas e Os Descendentes. Obtendo êxito novamente em sua atuação, Shailene conseguiu personificar a Tris que eu havia imaginado. Há quem diga que a atuação da garota foi fraca, chegando a compará-la com Kristen Stewart de Crepúsculo. Já quem preencheu o papel do Quatro, com êxito também, foi Theo James. Além deles, Divergente contou com nomes de peso para alavancar o sucesso de bilheteria, tais como: Kate Winslet, Ashley Judd, Ansel Elgort , Maggie Q, Zoë Kravitz e etc…

Ficha técnica do filme no link: Adoro Cinema

Trailer de Divergente (2014):

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Formada em jornalismo e turismóloga, lê de tudo um pouco, é viciada em seriados/animes e compra mais livros do que consegue ler – piorou na era dos e-books. Na listona de futuras leituras sempre terá livros de: não-ficção, distopia e muitos de romance – esse último é pra tentar adoçar a vida. Além disso, o amor por autores favoritos já me fez passar horas em filas de sessão de autógrafos, assistir vídeos de entrevistas e 'stalkeá-los' (de leve) nas redes sociais – inclusive a Jojo Moyes é incrível no Twitter!

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