Resenha – A noite dos mortos vivos, de John Russo

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“Em seguida, Bárbara ouviu o estranho som de algo rasgando, e embora não pudesse ver o que o agressor estava fazendo, aquele som horripilante continuou ecoando pela noite…”.

Depois de alguns meses esperando esse maligno e fabuloso lançamento da Darkside, eu finalmente poderei ressaltar as minhas impressões. A Noite dos Mortos Vivos é um livro de terror e suspense, escrito em 1973, com base no roteiro de “Night of the Living Dead”, filme lançado em 1968, roteirizado por John Russo e George A. Romero, diretor do filme.

O romance, escrito por John Russo, deixa bem claro a sua importância e a de Romero para a criação da mitologia popular dos zumbis. Na série “The Walking Dead” ou no filme “Guerra Mundial Z” é possível encontrar detalhes que já foram apresentados no texto escrito em 1973 ou no filme de 1968.

A premissa é bem simples: Johnny e Barbara estão viajando até o cemitério onde o pai está enterrado. A tragédia acontece quando cai a noite e uma terrível entidade chega ao local, fim. Contar mais do que isso é revelar boa parte da surpresa.

O que torna o livro interessante é a tensão e a barbárie que os sobreviventes fazem para saírem ilesos das situações macabras. Durante algumas passagens fica difícil de acreditar nas ações dos personagens. O zumbi é outro personagem chave no enredo. As descrições dos banquetes entre os mortos são aterrorizantes. Basta um tropeço para o leitor achar que o personagem já foi dessa para melhor. Aqui os zumbis são implacáveis, não desistem, não param, não cansam, até conseguir dilacerar alguém. Ao longo da história se destaca um ponto que eu achei interessante: Quem é mais brutal, o homem ou o animal? Nós somos as duas coisas, certo?

Além disso, o final do livro é um prato cheio para quem não conhece a história, surpreendente ao quadrado. Por sorte, o leitor brasileiro terá duas histórias em uma, já que a edição brazuca traz a continuação no mesmo livro, A Volta dos Mortos Vivos, escrita em 1977.

A trama da segunda história se passa dez anos após “A Noite dos Mortos Vivos” e explora a sociedade que sobreviveu ao surgimento zumbi. Mostrando a reação das pessoas diante do terror que os mortos vivos causaram, fica claro, mais uma vez, que o verdadeiro inimigo é a própria humanidade. E sim, o final é de cair o queixo.

Por fim, fica a aqui a minha máxima recomendação de um terror simples e maravilhosamente divertido. Lembre-se, essa é uma história de terror que não irá exigir longas pausas de pensamento ou reflexão, e sim um livro divertido e de muita tensão. Além das histórias com finais que explodem a cabeça, a edição da Darkside não fica atrás. O livro em capa dura é lindo. Além do verniz na capa e o tom de verde que dá uma identidade visual única, a impressão das fotos do filme torna tudo mais charmoso. Outro bônus é a introdução de John Russo, que explica como veio a ideia de escrever os romances e contextualiza o surgimento das ideias propostas para o filme de 1968.

Fica aqui a minha dica para esse livro super clássico e obrigatório para fãs de terror e um apelo para leitor que ficou interessado: Pegue a edição em capa dura. Não é sempre que temos uma edição tão caprichada e digna de menção.

Ficha catalográfica

Título: A Noite dos Mortos Vivos & A Volta dos Mortos Vivos

Título original: Night of the living dead

Autor: John Russo

Editora: Darkside

Ano: 2014

Páginas: 320

ISBN: 9788566636215

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Sou formado em jornalismo e estudante de design gráfico. Entusiasta de um bom quadrinho ou mangá. Adoro livros de terror e ficção científica, além de ter um dedinho na fantasia. Não perco a oportunidade de discutir um filme ou livro. Adora debater ideias e refletir sobre o péssimo posfácio dos livros.

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