Resenha – Maze Runner: Correr ou Morrer, de James Dashner

0

Minha irmã caçula deve ser a garota propaganda (não paga) mais engajada dessa saga do James Dashner. Posso garantir que ela leu todos os livros em 2011, antes de virar modinha – esse ano sai uma adaptação do livro para os cinemas – e além de “devorá-los”, recomendou e “festejou” a cada leitor novo que encontrava ou “convertia”. Plong, acabei sendo uma dessas comemorações.

Aos fãs de distopias, o primeiro livro The Maze Runner (No Brasil, Maze Runner: Correr ou Morrer) traz um bom trabalho na construção de enredo do gênero. Se você conhece Jogos Vorazes e Residente Evil (filmes), com toda a certeza vai achar algumas similaridades na obra, mas o autor vai agradar muitos amantes de ficções científicas também.

Dentro do Labirinto

The_Maze_Runner_coverLançado em 2009 (EUA), o “primogênito” Maze Runner traz uma narrativa em terceira pessoa sobre o nosso personagem principal, Thomas – cabeça dura, teimoso e às vezes irritante. Ele acorda em um elevador de mina em movimento sem memória alguma de como foi parar lá. Sua única lembrança é o primeiro nome. O “andar” final do misterioso elevador leva Thomas à Clareira. Lá encontra diversos meninos igualmente desmemoriados.

Apelidado de ‘Fedelho’ e ‘Novato’ em sua primeira noite na Clareira, faz diversas perguntas sem obter respostas convincentes. Quer saber o que encadeou tudo aquilo e quem o fez, mas só descobre que a cada trinta dias uma nova pessoa é enviada para o local e curiosamente são todos meninos. Thomas acaba simpatizando e fazendo sua primeira amizade com Chuck, o ex-novato, e a inimizade fica com Gally. Já de cara simpatizei muito com o estilo da escrita de James Dashner, que traz muito suspense, ação e aventura.

O “descontrole”, a coragem e a inquietação de Thomas nos leva a saber que a Clareira é cercada por muros de pedras do tamanho de arranha-céus. Eles dão acesso a um labirinto sinistro com criaturas não tão amigáveis, os Verdugos. Mas esse será apenas um dos problemas com que os Clareanos vão ter que lidar, pois a chegada de uma garota apenas dois dias após a vinda de Thomas traz uma mensagem assustadora que acaba amedrontando a todos.

Com desenrolar da historia vemos que as respostas para os diversos questionamentos de Thomas retornam das piores maneiras ou situações possíveis. Para ajudá-lo nesta missão de desvendar o labirinto, o protagonista vai contar com Minho, Newt, Chuck e fundamentalmente com o apoio de Teresa. Mas, acalme-se! O livro não é nada feito de romance. Minha indicação, inclusive, se destina mais aos que odeiam livros adocicados e melosos, pois os personagens então somente preocupados em CORRER… CORRER e torcer para não terem câimbras enquanto são perseguidos pelos aterrorizantes Verdugos ao cair da noite.

A narrativa

james_dashner
Mensagem do autor antes de sua passagem por São Paulo (SP) no dia 13 de maio para lançamento de novo livro. No evento ele autografou também os volumes de Maze Runner.

James Dashner fez um primoroso trabalho ao narrar em terceira pessoa e com riqueza de detalhes como é a Clareira dentro do labirinto. Os discursos estão longe de ser forçados e óbvios. Cada pitada de suspense consegue fluir melhor com a narrativa leve e simples empregada na obra. Parte dessa leveza é atribuída por meio dos capítulos curtos (62) e um epílogo, deixando nos leitores um gosto de “quero mais”.

Outro chamariz à leitura do livro é justamente que os personagens e situações criadas pelo escritor são singulares. Você não consegue prever o que vem após cada término de capítulo. Thomas é teimoso e possui forte instinto de liderança dentre os demais, mas o que há de diferente nessa história toda é que você não o vê exercendo esse papel tão cedo, pelo menos não enquanto tivermos Alby, Newt e Minho para confrontá-lo e colocá-lo em seu lugar de Novato trolho e cara de mértila.

Jogada de mestre

A construção de personagens cativantes e originais fala por si no primeiro volume de Maze Runner. Apesar de não ser explorado o passado de cada um (até porque todos tiveram suas memórias apagadas), tanto os protagonistas quanto os antagonistas têm personalidades fortes e interessantes. A facilidade para que os leitores se identifiquem com algum deles torna a narração mais forte e faz com que os leitores torçam para que “os favoritos” consigam desvendar os mistérios do labirinto e como escapar dele.

É difícil e quase impossível evidenciar o clímax da trama, pois em cada construção de capítulo nosso excêntrico James Dashner faz com que prendamos a respiração quase que junto com os personagem, e tive que tapar por diversas vezes as últimas frases para que não as lê-se de ansiedade ocasionada por tanto suspense.

Corra! Leia logo sobre o final

O término do livro é muito, muito, muito bom. O desespero para a leitura da segunda obra da saga falou mais alto quando me foi necessário lê-la de imediato. (Realmente agradeço e amo a minha irmã por ter comprado a trilogia e assim eu não ter que me jogar de uma ponte).

Para os que leram o “Correr ou Morrer” e ainda não têm a continuação, acredito que estão experimentando um momento de abstinência forçada. Aos que estão na dúvida se a leitura vale a pena, dou uma dica: “DO IT NOW, COMPRE E CORRA PARA LER!”

Capítulos para os nostálgicos (melhores “momentos”): 5, 8, 11, 18, 19, 27, 28, 33, 36, 42, 47, 59, 62 e EPÍLOGO!!

A trilogia que compõe os livros Maze Runner são: Livro 1 – “Correr ou Morrer“, Livro 2 – “Prova de Fogo” e Livro 3 – “Cura Mortal”.

Além disso a saga também tem um prequel (história que ocorreu antes da trilogia): “Ordem de Extermínio” e um livro extra intitulado “Arquivos“.

Editoração

Minha versão de 2010 foi impressa no Uruguay e teve a edição da Editora V&R (Vergara & Riba). A capa e contra capa foram bem trabalhadas e sua frente possui detalhes em alto-relevo, fazendo com que possíveis leitores possam ser fisgados por esse detalhe visual.

Algumas falhas textuais ou de digitação apareceram durante a obra, porém não foram relevantes e nem muito recorrentes. Para mim, o melhor detalhe observado foi a presença de CAPITULARES em cada início de capítulo e epílogo.

Ficha catalográfica:

Título: Maze Runner: Correr ou Morrer

Título original: The Maze Runner

Autor: James Dashner

Editora: Vergara & Riba (V&R)

Ano: 2010

Páginas: 426

Média de preço: R$ 39,90

ISBN: 9788576832478

O filme

10570479_631615673600304_3535236623356701449_nNesse ano será lançada a primeira adaptação cinematográfica do livro 1 da saga Maze Runner (em 18/09/2014). Se o roteiro do longa-metragem for fiel ao enredo literário, com toda a certeza podemos esperar por não ir ao banheiro durante 105 minutos. A escolha do elenco já aparece com rostos “destacados” em filmes ou seriados bem conhecidos, confira a baixo o cast e ficha técnica em inglês:

Thomas – Dylan O’Brien (Teen Wolf);
Teresa – Kaya Scodelario* (Skins);
Newt – Thomas Sangster (Game of Thrones);
Gally – Will Poulter (As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada)
Minho – Ki Hong Lee (The Nine Lives of Chloe King);
Chuck – Blake Cooper (Necessary Roughness);
Alby – Aml Ameen (Harry’s Law) …

Fonte: Adoro Cinema

*Curiosidade: É uma atriz britânica e fluente em português (Brasil) devido à nacionalidade brasileira de sua mãe. Seus avós maternos vivem na cidade de Itu, em São Paulo.

Segundo Trailer

Os fãs da saga esperaram muito, mas foram recompensados na terça-feira (29) com um novo trailer do filme. Enquanto aguardam “pacientemente” pela data de estreia, vocês podem conferir e surtar com a prévia do resultado abaixo:

Share.

Formada em jornalismo e turismóloga, lê de tudo um pouco, é viciada em seriados/animes e compra mais livros do que consegue ler – piorou na era dos e-books. Na listona de futuras leituras sempre terá livros de: não-ficção, distopia e muitos de romance – esse último é pra tentar adoçar a vida. Além disso, o amor por autores favoritos já me fez passar horas em filas de sessão de autógrafos, assistir vídeos de entrevistas e 'stalkeá-los' (de leve) nas redes sociais – inclusive a Jojo Moyes é incrível no Twitter!

Leave A Reply