Resenha – O Sumiço de Beatriz, de Carolina Matsuo

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O Sumiço de Beatriz começa mergulhando o leitor em uma fuga eletrizante. A personagem, que dá nome ao livro, luta por sua vida já no capítulo um da obra literária. Com inteligência e astúcia, a garota consegue fugir de seus perseguidores verdugos e rapidamente entra em contato com Tomaz, seu grande amigo de infância.

Beatriz, agora frente a frente com Tomaz, tenta desesperadamente explicar a encrenca em que está envolvida, porém a garota é novamente perseguida pelos mesmos homens que desencadearam a primeira fuga. Com o medo de colocar o amigo em uma situação também ruim, Beatriz segue sozinha novamente. Porém, Tomaz se preocupa com a amiga e decide seguir em busca de respostas ao partir para investigar o paradeiro desta. 

Calma leitores, os parágrafos acima não são spoilers. Conseguimos com a autora de O Sumiço de Beatriz, uma amostra do primeiro capítulo. Leia AQUI

A encrenca

Capa_Tomaz nem imagina tal encrenca em que Beatriz está envolvida, porém nós leitores já temos algumas informações – mostradas na contra capa do livro – para o quebra-cabeça do personagem. A obra literária de Carolina Matsuo, traz uma rede de intrigas que permeiam em acordos econômicos e políticos entre a petrolífera brasileira e a venezuelana, corrupções, desenvolvimento de uma arma de guerra, mercado negro de armas e até com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). A personagem que dá nome ao livro, se vê envolvidas até o pescoço por esta trama que não aparenta e não vem lhe trazendo situações positivas.

Beatriz é uma estilista premiada e também é a pessoa que poderia desenvolver uma arma de guerra. Forçada a desenvolver tal instrumento, a garota parte em sua primeira fuga que acarreta em sua perseguição sendo feita por membros de uma misteriosa organização paramilitar – liderada por corruptos que têm acordos com militares venezuelanos.

Diante disto, a perigosa trama em que Beatriz esta envolvida traz um misto de ficção científica, investigação, romance por meio das conspirações político-militares e perseguições que prendem o leitor do início ao fim.

Os mais mais

A obra literária é brasileira e independente. Tais características chamam muito a atenção por si, pois dentro delas já existem aquele pré-conceito de que o livro possivelmente se apresentará com ruim ou mal escrito. Porém isto não acontece com O Sumiço de Beatriz. Carolina Matsuo capricha em descrições de cenários e pessoas, utilizando ricamente a linguagem literária e também consegue trazer à narração uma fluidez textual primorosa – com uma leitura extremamente dinâmica.

Além da leitura que flui, outro ponto que me chamou a atenção pela obra foi a de ser ambientada no estado de São Paulo – apesar de não ficar citando nomes de rua, avenidas, ou diversas cidades.

Ainda discorrendo sobre os pontos positivos, O Sumiço de Beatriz possui um início promissor e um final surpreendente! Todas as perguntas dos mistérios ao longo do livro são reveladas ao término da obra, sem deixar pontas soltas.

Os mais ou menos

Sabe quando a leitura em geral flui muito bem, mas têm aquelas certas partes que dão uma desacelerada pelo meio da obra? Acontece isso em O Sumiço de Beatriz, mas só um pouco mesmo. Pode confiar.

Agora alguns aspectos que me causaram estranheza foram por conta da utilização de discurso direto ao invés do indireto, trazendo “monólogos” com diálogos em momentos que Tomaz está sozinho. Imagino que seja a característica do personagem mesmo ou que ele esteja “pensado alto”, mas na leitura da obra tive dificuldades para me acostumar.

Edição e leitura em e-Reader

Minha leitura foi feita em um leitor de livros digitais. Havia comprado recentemente e gostei bastante de tal experiência por conseguir fazer a leitura no escuro – o meu vem com luz interna ajustável. O ponto negativo é que o meu é totalmente em preto e branco, então a capa de meu livro não se tornou tão diferenciada quanto à original impressa.

Sobre a Edição: notei algumas falhas e estranhei um pouco as pontuações excessivas em diálogos, mas estes não atrapalham em nada na leitura. Apesar destes pontos, admiro fortemente todo o processo de produção e finalização da obra, que foi praticamente toda feita pela autora, Carolina Matsuo.

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Minha história com a Beatriz

C2Conheci este livro por meio de sua autora, Carolina Matsuo. A escritora entrou em contato conosco para a divulgação de sua obra com uma apresentação trazendo o que poderíamos encontrar nesta leitura.

Intrigados com a história, fechamos a princípio uma pequena parceria com resenha textual pós-leitura. Passado algum tempo, Carolina nos apresentou à Semana O Sumiço de Beatriz, em que vimos uma boa oportunidade apoiar a literatura nacional independente.

Do dia 1º ao 7 de dezembro, nossos leitores puderam acompanhar a trajetória da autora e descobrir um pouco mais sobre o livro O Sumiço de Beatriz. Respectivamente nesta semana ocorreu: Dia 1 – Apresentação da obra; Dia 2 – Biografia da autora; Dia 3 – Entrevista com a autora; Dia 4 – “Degustação” do 1º capítulo da obra; Dia 5 – Divulgação do Book Trailer; Dia 6 – Quotes destacadas do livro e o Dia 7 – Revelou um sorteio literário que foi realizado no Reveillon de 2014 (31/12/14).

Ficha Catalográfica:

Título original: O Sumiço de Beatriz

Autor: Carolina Matsuo

A obra é uma publicação independente

Páginas: 340

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Formada em jornalismo e turismóloga, lê de tudo um pouco, é viciada em seriados/animes e compra mais livros do que consegue ler – piorou na era dos e-books. Na listona de futuras leituras sempre terá livros de: não-ficção, distopia e muitos de romance – esse último é pra tentar adoçar a vida. Além disso, o amor por autores favoritos já me fez passar horas em filas de sessão de autógrafos, assistir vídeos de entrevistas e 'stalkeá-los' (de leve) nas redes sociais – inclusive a Jojo Moyes é incrível no Twitter!

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