Conhece a “Marilyn Monroe” da literatura?
Morta há 52 anos, a poeta norte-americana Sylvia Plath (1932-1963) estava precisando de uma nova biografia, uma atualização que, segundo o professor Carl Rollyson, do Baruch College de Nova York, reconhecesse seu desejo doentio “de ser o foco da atenção” e, ao mesmo tempo, “um farol para os modernos”. Rollyson, que já assinou biografias de gente tão ou mais complicada – a dramaturga e roteirista Lillian Hellman (1905-1984), a atriz Marilyn Monroe (1926-1962), o escritor Norman Mailer (1923-2007) e a ensaísta Susan Sontag (1933-2004) -, achou que os biógrafos anteriores de Sylvia Plath “se equivocaram na construção” da poeta, obcecados que estavam por seus problemas psicológicos.
Ele enfrentou o desafio de escrever Isis Americana, que a editora Bertrand Brasil coloca nas livrarias em meados de fevereiro. Sem meias-palavras, ele define a poeta como “a Marilyn Monroe da literatura moderna”, o que pode chocar seus leitores, mas não seus colegas, como a premiada Anne Sexton (1928- 1974), que até classificou seu suicídio de “uma boa manobra em termos de carreira”.
Fonte: Estadão
E a vencedora do prêmio é…
…Jhumpa Lahiri, um dos principais nomes da ficção contemporânea, que venceu dia 21 de Janeiro de 2015 o DSC Prize for South Asian Literature e ganhou US$ 50 mil. Seu delicado romance Aguapés (Globo), lançado aqui em 2014 quando a autora participou da Festa Literária Internacional de Paraty, foi o escolhido entre as 75 obras inscritas – a condição era que os livros retratassem o sul da Ásia e seu povo.
O livro de Jhumpa Lahiri, filha de indianos nascida na Inglaterra, criada nos Estados Unidos e que vive na Itália, se passa entre Calcutá e Rhode Island e acompanha a trajetória de dois irmãos que foram muito próximos até que um deles se engaja em movimentos sociais e o outro vai estudar nos Estados Unidos. O enredo começa nos anos 1940 e segue até os dias de hoje, quando o peso das decisões do passado, e os segredos guardados desde então, continuam assombrando os personagens.
Fonte: Estadão
Morre escritor e ícone da contracultura chilena Pedro Lemebel
O escritor chileno, um valente crítico do regime militar chileno (1973-1990), morreu de câncer de laringe na madrugada de sexta-feira, 23, aos 62 anos. Em 2014, a editora brasileira Cesárea lançou por aqui Essa Angústia Louca de Partir, reunião de narrativas curtas que marcou a estreia de Lemebel no Brasil.
Nascido em 21 de novembro de 1952, Lemebel revelou sua homossexualidade em uma época em que o tema era tabu no Chile. Em 1980, ele criou com o artista plástico Francisco Casas o coletivo “Las Yeguas del Apocalipsis”, com o qual fazia interrupções provocadoras em atos públicos e exposições de arte que o transformaram em um ícone da contracultura chilena.
Publicou poemas e antologias entre os anos 1980 e 1990, e seu primeiro romance, Tengo Miedo Torero, apareceu em 2001. Na década de 1990, sua fama transcendeu as fronteiras latino-americanas, e ele fez ciclos de palestras nas universidades americanas de Stanford e Harvard, e durante uma semana completa recebeu homenagens na Casa de las Américas, em Havana. Lemebel era próximo ao escritor Roberto Bolaño, que o ajudou a internacionalizar suas obras.
Em 2006, ganhou o prêmio da Fundação Anna Seghers, na Alemanha, e em 2013 levou o Prêmio Iberoamericano de Letras José Donoso.
Sua última aparição pública ocorreu há algumas semanas, no Museo Gabriela Mistral, vestido de branco, muito magro e sem poder falar.
Fonte: Estadão