Eu Indico – Manuscrito Encontrado Numa Garrafa, de Edgar Allan Poe

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Aventuras na História · De espancamento a envenenamento: Veja as teorias  sobre a enigmática morte de Edgar Allan Poe

Neste mês de abril, nós do Capitulares, passamos a integrar o grupo de perfis literários administrado pelo Henrique do @entrepapeisepalavras. Por lá, os participantes se dedicam à leitura de contos de terror, mistério, suspense e morte. Por isso, a cada mês vamos trazer para vocês aqui a nossa opinião sobre a história escolhida para o mês.

Para esse pontapé inicial aqui no nosso perfil, o conto escolhido para abril foi Manuscrito Encontrado Numa Garrafa, de Edgar Allan Poe.  Publicado pela primeira vez em 1833, o enredo assinado por aquele que ainda hoje é conhecido como o verdadeiro mestre do horror está disponível em diversas coletâneas, diversas edições e em diferentes editoras.

Em alto mar

Curta e bem direta, a narrativa é feita em primeira por um protagonista que não revela o seu nome. Sabemos apenas que, de acordo com sua autodescrição, trata-se de um personagem de pouca imaginação, muito ligado ao lado racional, culto, porém de difícil relação – visto que se afastou de ambos os lados da família devido ao difícil temperamento. Todo o enredo se desenrola em uma viagem que o protagonista faz de navio pelo que conhecemos hoje como Sudeste Asiático/Oceania. O que parecia ser um simples translado, no entanto, acada se tornando a pior experiência dos passageiros e da tripulação. Pega por uma tempestade misteriosa e um mar revolto, a embarcação se desfaz em pedaços, deixando como sobreviventes apenas o narrador e um outro passageiro.

Perdidos e à deriva em águas desconhecidas, os sobreviventes acabam passando dias em alto mar e quase perdem as esperanças e a razão até avistarem uma enorme embarcação. No entanto, o que parecia ser a salvação para o protagonista, é o elemento que insere o mistério na cabeça do leitor.

Não tema

Manuscrito Encontrado Numa Garrafa E Outros Edgar Allan Poe | Mercado Livre

Se você espera morrer de medo com Poe nesta história, este não é o conto para você. Edgar Allan Poe brinca aqui mais com a questão psicológica dos personagens e do leitor. É muito mais um conto de mistério. Não espere respostas fáceis. É importante prestar atenção aos detalhes para formar uma opinião consistente sobre o que de fato está acontecendo pelos olhos do narrador. Além disso, lembre-se que anda é exatamente o que parece quando se trata de narração em primeira pessoa.

Alerta spoiler

Vou avisar que a partir daqui você pode encontrar spoiler, pois vou expor qual a minha interpretação deste conto. O que um acidente marítimo e dias à deriva no mar sem comida e sem água potável podem fazer à imaginação de um ser humano, mesmo dos mais céticos? É possível interpretar que o narrador começa a imaginar coisas a partir do momento em que o outro sobrevivente sucumbe à morte, pois é logo em seguida que surge para ele a tal salvação. Com uma mente tão afetada e tão perturbada pelos acontecimentos, podemos confiar no que nos é descrito a partir do momento em que ele chega ao “navio fantasma”? Aqui, tudo que se passou desde a morte do sueco até o termino da história, no meu ponto de vista, não passou de um delírio de alguém que enlouqueceu de fome, cede e medo.

Uma história aberta

No entanto, não é esta a única possibilidade. O personagem se caracteriza como alguém sem muita imaginação logo de início. Contudo, será isso verdade? Será que esta história “encontrada em uma garrafa”, de fato, ocorreu? Talvez não passe de uma brincadeira do autor para com quem está lendo.

Esta é uma história aberta. Então, que tal compartilhar com agente suas impressões? É só comentar nas nossas redes sociais: Instagram, Facebook e Twitter.

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MEDIANO
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  • Enredo
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Jornalista formado desde 2013 – o tempo voa. O primeiro livro da minha vida foi “O Menino que Aprendeu a Ver”, de Ruth Rocha, em 1999. Enquanto a minha geração se aventurava com Harry Potter, a série que me conquistou para o mundo da leitura foi Deltora Quest, de Emily Rodda. Não tenho livro favorito, pois não consigo escolher e sempre tento variar os gêneros literários de uma leitura para a outra para abranger os mais variados temas possíveis.

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