Surpresa! Hoje vou resenhar um livro super desconhecido e que não vendeu quase nada no ano passado… Brincadeira… Vou falar um pouco sobre o best-seller mundial, Se Eu Ficar. Tenho total consciência de que este texto vem com um ligeiro atraso, pois o livro foi lançado aqui em 2009 (Editora Rocco) e ficou famoso em 2014 com a nova edição (Editora Novo Conceito), sendo “puxada” pela adaptação cinematográfica.
Se Eu Ficar é um romance sobre o primeiro grande amor de uma garota e diversos outros aspectos como a relação com os pais, irmão, melhor amiga e principalmente com a música. O livro foi escrito por Gayle Forman, que também é uma colega de profissão dos Capitulares e já exerceu muito o jornalismo – mas é claro que para ela não fazem a piada do diploma.
A narração é feita pela protagonista da obra, Mia, uma garota de 17 anos e violoncelista que tem muito potencial para passar na Universidade de Música Juilliard. Ao início do livro podemos ver que ela tem uma bela família formada pelos pais roqueiros e pelo irmão de oito anos de idade, Teddy. Sua única preocupação naquele momento é o distanciamento que enfrenta em seu relacionamento com Adam, um jovem que é vocalista e guitarrista de uma banda em ascensão.
Por conta de uma nevasca no estado de Oregon, as aulas de Mia e Teddy são suspensas e seu pai, que leciona em outra escola, também está livre de exercer a profissão naquele dia. Como a mãe de Mia seria a única excluída desse grupo, ela decide pedir uma folga em seu trabalho para se juntar aos outros três. A ideia principal da família é partir para uma tarde de visitas à fazenda de Henry, Willow e o pequeno bebê do casal, estes são os melhores amigos dos pais de Mia.
Todos no carro. Tranquilos e animados. Mas o destino muda drasticamente este cenário, pois as quatro pessoas, que formam uma graciosa família, sofrem um grave acidente no caminho. Mia acorda, mas descobre estar fora de seu corpo. Seu fantasma-espírito observa seus pais já sem vida e o resgate se esforçando para salvar o que ainda resta da Mia inconsciente e estirada na estrada. Sem encontrar seu irmão, a garota fantasma decide seguir junto com o resgate para o hospital. Lá, Mia-fantasma descobre que seu corpo físico está em coma e ela deve decidir se vai ficar ou se partirá para o além.
Se ela ficar…
Em Se Eu Ficar, acompanhamos os pensamentos da Mia-fantasma, que esta presa em uma espécie de limbo e tendo uma experiência extracorpórea. A garota se divide entre breves narrações de seu presente e em flashbacks da vida da personagem.
Ao voltarmos para o passado podemos ver os sentimentos de Mia por Adam, pela música, por seus pais, por seu irmão, por seus avós, por sua melhor amiga, pelos melhores amigos de seus pais e etc. Conforme a Mia-inconsciente recebe algumas destas visitas no hospital, a Mia-fantasma nos aprofunda um pouco em quem era a protagonista até o momento do acidente e também constrói o perfil dos outros personagens. Isto tudo vai contribuir para que ela possa tomar a decisão final.
Os personagens <3
A narração da obra é feita em primeira pessoa pela protagonista Mia, a fantasma mesmo. Sendo assim, a construção dos personagens é totalmente feita na visão da jovem de 17 anos que viveu até agora de forma um tanto insegura, inocente, doce e muito amorosa. Porém as trivialidades da idade param por aí. Mia ama música clássica e tem um futuro promissor na carreira. Ela também ama Adam e se vê muito apaixonada pelo rapaz.
A construção do personagem de Adam se dá da mesma forma apaixonante. Garoto rebelde muito apaixonado pela garota, possui um bom coração e faz parte de uma banda que está em ascensão.
Outra personagem que chamou minha atenção foi Kim, a melhor amiga de Mia. É evidente que a amizade das duas foi construída de forma despretensiosa e se mostra muito verdadeira durante o enredo. A maturidade das duas e os momentos selecionados nos flashbacks da Mia fazem com que essa seja uma de minhas personagens favoritas na trama.
Acredito que a autora fez um milagre ao conseguir construir diversos personagens, mesmo que de forma não tão aprofundada, em quase 200 páginas. Sim, é um livro curto. Porém, a beleza de Se Eu Ficar é de te emocionar em diversas partes. A obra é dividida em contos curtos que trazem o presente, marcado por horas, e os flashbacks dentro destas.
2014
Este foi o ano em que os fãs da história de Mia ganharam dois presentes: a edição do livro pela Editora Novo Conceito e a adaptação cinematográfica.
A nova edição ganhou uma capa pôster do filme e, apesar de os editores nunca acertarem nestas tais publicações, devo admitir que esta acabou sendo mais bonita que a anterior. Chloë Grace Moretz, atriz que interpreta Mia no filme, estampa grande parte do pôster. Também estão em destaque algumas pessoas como, Adam (Jamie Blackley), o violoncelo e os pais de Mia (Joshua Leonard e Mireille Enos).
A beleza é igualmente passada para o miolo do livro. A Editora teve o cuidado de fazer com que a edição de Se Eu Ficar fosse além e trouxesse efeitos de marca d’água com imagens de notas musicais numa tonalidade de cinza claro.
O livro também traz o primeiro capítulo da sequência literária, Para Onde Ela Foi. O interessante é que somos apresentados ao nosso novo narrador, o Adam. Além disso, nesta edição do livro, o leitor encontra entrevistas, feitas pela autora Gayle Forman, com os protagonistas do filme Chloë Grace Moretz e Jamie Blackley.
Ficha Catalográfica:
Título: Se Eu Ficar
Título original: If I Stay
Autor: Gayle Forman
Editora: Novo Conceito
Páginas: 224
E o filme?
Se Eu Ficar tem a notável atriz Chloë Grace Moretz no papel de Mia e é recheado de romance e música. Gayle Forman também participou da produção executiva da adaptação cinematográfica. O resultado foram algumas mudanças feitas da obra literária para os telões. (O que é bem normal em adaptações)
Há quem diga que faz chorar mais que em A Culpa É das Estrelas, porém não me convenceu em alguns aspectos. A relação entre Adam e Mia acontece com diversos flashbacks da garota no filme. Estes trazem um jovem roqueiro que é ao mesmo tempo rebelde e quando se “desculpa” mostra uma forma um tanto perfeitinha demais. Consolidando um relacionamento bem clichê e hollywoodiano.
Outra coisa que me incomodou foi uma pequena mudança na personalidade de alguns personagens da obra literária. Porém, acredito que este artifício tenha sido imposto para trazer fluidez e conexões mais cronológicas à adaptação.
Fora estas mudanças, o longa traz uma ótima trilha sonora e um cuidado extremo para com esta. O valor dado a produção de canções e para as músicas instrumentais fizeram com que eu buscasse na internet algumas das versões apresentadas.
Confira o trailer de Se Eu Ficar:
Para os que já assistiram ao filme, seguem dois extras:
