Resenha – Entremundos, de Neil Gaiman e Michael Reaves

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  Não sei se alguém já entrou em uma livraria com a certeza de comprar um livro, mesmo que não faça ideia do que vai realmente comprar, mas sabe que vai comprar. Eu já fiz e costumo fazer isso, quero comprar um livro e comprarei (a não ser que não tenha dinheiro, uma coisa muito frequente por sinal). E foi em um dia determinado como esse que comprei o livro desse recapitulando. Apresento para vocês: Entremundos.

Em dia como esses algumas coisas podem ser determinantes na decisão de qual livro comprar. Então o primeiro tópico é…

 

… Por que comprei esse livro?

Neil gaiman entremundo
Neil Gaiman – O motivo da compra (praticamente)

O livro Entremundos tem como seus autores Neil Gaiman e Michael Reaves, um deles muito conhecido no mundo literário e outro nem tanto (ou quase nada (ou nada)). A ideia de escrever a obra nasceu das conversas entre os dois escritores em determinada época de suas vidas (em torno de 1995), com objetivo primário de transforma esse projeto em uma série de tv.

Neil e Michael se encontraram no final da década de 1990 e escreveram a história em forma de romance, para tentar convencer os executivos de televisão de produzir a série , mas não tiveram sorte e o projeto foi para o fundo da gaveta. E no final da história acabaram publicando em formato impresso. Do fundo da gaveta para as prateleiras das livrarias.

A editoração, divulgação e a responsabilidade dos direitos da obra no Brasil ficaram com a Editora Rocco, especificamente com o selo Jovens leitores. E deixe-me falar da capa do livro (Eu sei, não se julga um livro pela capa, e nesse caso aprendi minha lição). No topo esta escrito em letras pequenas, mas facilmente visíveis, best-seller do New York Times (interessante), abaixo e letras enormes e em destaque o nome dos autores, Neil Gaiman e Michael Reaves (empolgação) e finalizando com uma arte intrigante: Com um cenário bizarro, onde parece haver planetas com um personagem segurando algo no topo desses que parecem micro-planetas olhando para um planeta maior ainda (ok, mas empolgado ainda por causa do escritor ser Neil Gaiman, pelo menos um deles). E isso foi suficiente para já estar segurando a obra na fila da livraria.

Uma história surpreendente de aventura, perigo, magia, ciência, amizade, naves espaciais e… uma batalha para salvar todas as pessoas de todos os mundos e em todas as possíveis dimensões!

Esta era o empurrão final para a compra, não parecia ser uma aposta arriscada.

Entremundos capaO enredo do livro

A obra conta a história de Joey Harker, um garoto com problemas de localização capaz de se perder na própria casa, que acaba se perdendo entre diversos mundos paralelos e entrando em uma grande aventura onde magia e ciência são inimigas mortais e pretendem usar o poder do menino para destruir/dominar/sei lá os mundos. Isso pareceu meio sessão da tarde, né? Essa foi a sensação de ler esse livro. Denomino ele livro sessão da tarde. Não que ele seja ruim, mas definitivamente não é bom. Está lá, está passando, não tenho nada para fazer então vou assistir (ou no caso ler).

No decorrer do livro outros personagens vão sendo incorporados ao enredo. Tenho um pequeno desconforto aqui, porque ao começar a leitura parece que vai tudo as mil maravilhas, cada personagem  vai  surgindo e parece que vão ser bem desenvolvidos, mas não o são. Para não ser injusto com os coadjuvantes que aparecem te dois que são bem estruturados: A bolha, chamada de Tom e J/O, uma espécie de android. Os dois secundários até tem um desenvolvimento interessante, até mesmo que o próprio Joey, mas nada de excepcional ou que venha realmente prender a atenção do leitor.

Arriscando falar demais, ouso dizer que até existe um motivo para o pouco desenvolvimento dos outros, mas faço isso para tentar suavizar meu desapontamento com relação a essa questão, que é o fato de, em determinada parte do livro Joey vai parar em um mundo onde existe um exercito de Joeys. Cada um tem sua particularidade, alguns são mais ciência e outros mais magias, mas afinal de contas todos são Joey (se eu falar mais acabarei dando spoilers, não é essa a intensão). O exercito de Joeys por sinal existe para enfrentar os dois exércitos do mal, um da magia (BRUX) e outro da ciência (Binários).

O personagem Joey (principal) é o típico escolhido. Talento escondido que nem mesmo ele sabe que tem e como usar, todos acabam ouvindo ele mesmo que ele mesmo não queira o cargo de chefia, salvador da pátria sem querer, todos colocam a esperança nele, faz as coisas que ninguém nunca havia feito antes e todos os demais clichês dos protagonistas.

Os vilões são bem desinteressantes. Não que eles sejam chatos por completos, mas o carisma vilanesco é visivelmente forçado. Com relação aos inimigos Binários, apesar de não aparecerem muito nesse livro (sim, ele é uma trilogia) esta na cara que são tão sem graças quanto a matemática (pelo menos pra mim). Os da magia até tem um que de sedução e por diversas vezes parece que vão tornar tudo mais interessante, mas…

Finalizando

michael reave entremundos
Na verdade eu não sei se este é realmente Michael Reaves

O livro como eu disse não é ruim, mas também não é bom. Apesar de não demonstrar toda a ameaça que os inimigos realmente são existem alguns momentos consideráveis. A luta de esgrima que J/O participa é bem atrativa, até mesmo a explicação dele do porque deve ser ele a pessoa que deve lutar, ou o começo quando Joey esta aprendendo a usar seus poderes e fica pulando de universo paralelo para outro é bem interessante e convidativo a continuar a leitura. Esses momentos são poucos mas tem e fazem valer uma leitura despreocupada e sem pretensões de ler um incrível livro.

Mediano é o que define o livro, o que pode desapontar os fãs de Gaiman que sempre esperam uma obra de arte das mãos do escritor.

Observação:

O personagem Tom, que é uma bolha que o Joey salva no lugar que fica entre os mundos é o personagem que achei mais carismático. Ele não fala, só pisca e é meio poderoso, meio que um bicho de estimação do principal. E torço para os demais livros melhorarem, porque, apesar de não achar fantástico, acredito que haverá uma evolução.

Ficha Catalográfica:

Título: Entremundos

Autor: Neil Gaiman e Michael Reaves

Editora: Rocco

Páginas: 248

ISBN: 9788579801730

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Juro que tinha pensado em uma apresentação incrível para o “quem somos”, mesmo. Mas esqueci, porque sou uma pessoa esquecida. Então vou fazer o simples mesmo. Meio jornalista, mais escritor e leitor do que jornalista. Fã de quadrinhos, jogos, apaixonado por coisas não muito explicáveis, memória fraca (já disse isso?), estou sempre com sono e sempre com fome… Amo música, sério, música é (sem palavras para definir). É isso… Devem ter outras coisas, mas não lembro agora.

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