Sucesso em todo o mundo, As Crônicas de Nárnia é uma série de sete livros assinada pelo britânico C.S. Lewis. Traduzida para mais de 41 idiomas, a coleção tem como principais inspirações a vida pessoal do autor e passagens da Bíblia Sagrada, livro base das religiões cristãs.
Se você está acompanhando esta série de resenhas desde o início, já conferiu minha opinião sobre os quatro primeiros volumes. Hoje, o tema deste texto é a parte cinco da saga, sendo ela o livro A Viagem do Peregrino da Alvorada.
Esta obra marca o início da segunda metade de As Crônicas de Nárnia. Pensando apenas na questão literária e ignorando as adaptações cinematográficas, este tomo tinha a missão de reconduzir a série ao rumo certo e desfazer a má impressão deixada por Príncipe Caspain.
Confira a resenha a seguir:
A Viagem do Peregrino da Alvorada (5º na ordem cronológica e 3º na ordem de publicação)
A quinta aventura dos irmãos Pevensie marca a separação dos protagonistas dos livros O Leão, A Feiticeira e o Guarda-roupa e Príncipe Caspain. O irmão mais velho, Pedro, agora se prepara para entrar na faculdade e não tem mais tempo ou possibilidade de voltar à Nárnia. Suzana, a garota irmã mais velha, passou a viver nos Estados Unidos e também não tem mais como retornar ao mundo mágico.
Restam os caçulas Lúcia e Edmundo, que neste momento se encontram na casa de seus tios, convivendo com Eustáquio, o primo insuportável. Por ser extremamente cético e solitário, o novo personagem não se dá bem com os antigos reis de Nárnia e zomba deles quando o assunto é o país criado por Aslan.
Tudo começa a mudar quando os três são tragados por um quadro da casa de Eustáquio. Em poucos minutos, os personagens se veem em alto mar e logo são resgatados pela tripulação do Peregrino do Alvorado, navio pertencente ao rei Caspian, que assumiu o trono de Nárnia há apenas três anos (Exatamente! Ao contrario do tempo de transição entre os outros volumes – que era enorme –, o período transcorrido em Nárnia entre o fim das aventuras do quarto livro e o início do quinto foi de apenas três anos).
Caspian explica aos novos tripulantes que, após estabelecer a paz no reino, decidiu partir em direção ás Ilhas Solitárias, um arquipélago que em eras anteriores estava sob o domínio de Nárnia, mas que, após a morte de seu pai e ascensão de seu tio Miraz, acabaram sendo abandonadas pelo país. A empreitada também pretende restabelecer a ordem nestas porções de terra e reencontrar os amigos do pai de Caspian que foram exilados durante o último reinado.
A Viagem do Peregrino da Alvorada se assemelha aos livros precedentes O Sobrinho do Mago e O Cavalo e Seu Menino, pois tem como foco uma jornada e não uma guerra, como pudemos ver em O Leão, A Feiticeira e O Guarda-roupa e Príncipe Caspian. Entretanto, o quinto livro supera muito o quarto, pois não fica páginas e páginas martelando o mesmo assunto. Este volume apresenta diversas viradas na história e afasta a monotonia frequentemente.
Contudo, isso não quer dizer que o livro não tenha momentos chatos. Os dois últimos capítulos, por exemplo, poderiam ter sido mais breves. Entretanto, o autor optou por fazer descrições desnecessárias, sendo que, para mim, o ápice da enredo já havia passado e a história se encerrado.
Semelhantes aos outros tomos, este volume também traz uma história bílica como inspiração. O paralelo aqui tem relação com as passagens de Saulo/Paulo, que era um perseguidor dos cristãos e, após uma revelação de Deus, passou a ser um dos mais fervorosos defensores de Jesus. No livro, o personagem que passa por um grande transformação é Eustáquio, que já ganha espaço de protagonista na série.
A adaptação cinematográfica deste volume é a segunda melhor da série. Desta vez, quem assinou a produção foi a 20th Century Fox, que assumiu o lugar da Walt Disney. Este filme, ao contrário do primeiro, passou por modificações significativas com relação à obra original, mas não foi totalmente refeito, como aconteceu com Príncipe Caspian.
As principais mudanças são a troca de ordem de alguns acontecimentos. Os produtores decidiram também alterar o real motivo que levou o governante de Nárnia a iniciar essa empreitada (no livro ele quer reconquistar as ilhas e reencontar os amigos de seu pai. No filme, este fato é apenas um meio para atingir um objetivo maior, que é a destruição da névoa).
Confesso que, da primeira vez que assistia a adaptação, tive uma má impressão do filme. Entretanto, desta vez achei um pouco melhor, apesar de continuar tendo a impressão de que a fotografia e figurino utilizado são dignos de Sessão da Tarde.
Veja o trailer:
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Logo mais voltaremos com as resenhas sobre os dois livros que encerram a série (A Cadeira de Parta e A Última Batalha). Enquanto isso, comente com a gente a sua opinião sobre os volumes anteriores.